Segundo informações avançadas pela ANGOP nesta terça-feira, 28 de setembro, cerca de 200 hectares da Reserva Ambiental Nativa do município da Humpata, província da Huíla, foram incendiados na noite desta segunda-feira, 27 de setembro. O fogo terá sido supostamente ateado por munícipes locais.
De acordo com Valdemar Ribeiro, um dos ativistas que mais luta pela causa do ambiente na província (desde 1980), a reserva sofre há 11 anos de queimadas cíclicas, “sob o olhar das autoridades”. Em consequência, várias espécies de animais, então residentes no local, desapareceram ao longo do tempo, nomeadamente, bambis, coelhos, corujas, águias e pequenos pássaros, entre outros, que, além de serem afugentados pelo fogo, também são caçados por populares.
«A árvore nativa não é adequada para o fabrico de carvão e os populares não entendem isso, para além de queimarem a zona, destruíram o cerco de proteção da reserva. Com essas devastações o solo vai danificando-se e a área aos poucos vai tornar-se desértica», disse Valdemar, tendo afirmado também que já recorreram ao Tribunal, ao Gabinete do Ambiente da Huíla, à Administração da Humpata, bem como ao Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) para denunciarem essas agressões, mas nada foi feito até agora.