Um estudo realizado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CIVENSTEC) e pelo portal de emprego Jobartis, abrangendo o período de 2020 a 2023, revela um desnível significativo entre a oferta e a procura de empregos formais para licenciados e pós-graduados em Angola. De acordo com o relatório citado pelo jornal Expansão, para cada 10 licenciados, existem apenas 3 vagas de emprego disponíveis. Em contraste, candidatos com escolaridade até ao nível médio encontram mais oportunidades, com 5 vagas para cada 10 candidatos. O setor de vendas e comércio lidera na criação de vagas, refletindo a predominância de pequenas empresas no país que preferem colaboradores com menor nível de escolaridade.
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De acordo com o economista Heitor de Carvalho, citado pelo jornal, o país tem pessoas suficientes para toda a procura de emprego por parte das empresas, o que falta verdadeiramente é a existência de empresas que criem emprego.
Para o docente universitário, a criação de postos de trabalho em países subdesenvolvidos passa, por exemplo, por deixar que os sectores imobiliário e fundiário, que são “importantíssimas fontes de capital, funcionem, já que são sectores de mão-de-obra intensiva”. E acrescentou: “Mas também temos de mudar a cultura de querermos ser todos doutores. Temos de tornar o nosso ensino mais técnico. No mundo há, cada vez mais, procura pela formação média com uma forte componente técnica agregada e licenciados que tenham um percurso técnico no decorrer da formação, e não para a formação superior de modo geral, que é muito teórica no nosso caso”, alertou.
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