Aos 72 anos, dos quais 58 anos de carreira, Filipe Mukenga lamentou aos microfones da Rádio Eclesia a desatenção que é dada à sua música e projetos por parte das autoridades do país.
O autor dos sucessos “Angola no Coração” e “Umbi Umbi” sobrevive graças a uma pensão de reforma e diz que são poucas vezes que se lembram de que ele ainda está aí para dar o seu contributo.
«A sorte é que passei pela função pública, se não nem sabia como estaria», lamenta.
Filipe Mukenga diz necessitar de 150 mil euros e 20 milhões de kwanzas para lançar o seu projeto musical, que engloba três discos. «Nunca me encontrei numa situação como esta em que estou, feito um pedinte…o que são 150 mil euros e 20 milhões de kwanzas para Angola (autoridades)?! É isso que eu preciso», salientou.
Outra situção que deixa o músico bastante triste é a falta de premiação. Acredita ser merecedor do prémio Cultura e Artes.
«O Estado tem um Governo, vai adiando a atribuição do prémio de Cultura e Artes, eu acho que mereço, porque vejo que muitos músicos que não têm a minha trajetória, não levaram o nome da música longe como tem acontecido comigo. Sinto uma tristeza muito grande, uma injustiça muito grande», queixa-se.